Zé Interpretador, um artista guineense que se dedicou por muitos anos ao ofício de tecelão, apresentou no último domingo, dia 9, o seu segundo trabalho musical. N’Da Bhap Ossak é um álbum com 20 canções que expressam sentimentos e histórias.
O álbum conta, pela voz de um jovem, como o país se libertou do domínio colonial graças aos ancestrais que sacrificaram suas vidas para que as gerações futuras fossem livres e honrassem a memória dos combatentes.
BANTOS, um artista guineense, afirmou que é preciso preservar a nossa terra e a nossa história e se comprometer a criar histórias melhores para honrar as raízes da nossa identidade. “guinendadi”. Ele disse que se inspirou no que aconteceu recentemente para fazer este álbum. “A terra é tratada como um mero produto comercial, onde se vendem espaços e lugares para benefício próprio”, completou.
N’Da Bhap Ossak, que significa Proteja o Nodo Terra (ou Vamos Proteger a Terra, em português), é um álbum que mostra a diversidade cultural da Guiné-Bissau, com produções de ZiPro, Natty Pro e Letana. Neste trabalho, Zé Interpretador, o nome artístico de José Cesar Indi, explora diferentes gêneros musicais, como Djumbé, AfroPop, Cansaré, Batuki e Cansaré Birshala.
“O meu objetivo é levar o estilo musical tradicional para o mundo”, declarou o músico. Esse desejo se reflete no álbum tanto na música quanto na imagem. O cantor se orgulha de ser guineense e de fazer parte de uma cultura única com várias tradições que devem ser passadas para as gerações futuras.
Este álbum é também um clamor pela valorização da cultura, que ajudará a transformar o país no sonho dos seus libertadores. A capa do álbum mostra uma mão com uma espada, simbolizando um guerreiro, e outra com um bastão, relacionado ao poder da liderança.
Zé Interpretador nasceu em 10 de Dezembro de 1982 na aldeia de Sidja, região de Biombo. Ele começou sua carreira musical em 2004. N’da Bhap Ossak é o seu segundo álbum, depois de Guiné e Nha Terra, lançado em 2006, com dez músicas.
Além da música, Zé tem uma trajetória artesanal de mais de 20 anos e é considerado um dos melhores tecelões da Guiné-Bissau. Ele produz peças únicas de forma original e criativa, e já viajou para países como Portugal, Espanha e França para mostrar os seus trabalhos.
